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publicado em

12 de agosto de 2024
Endometriose: o que você precisa saber

A endometriose é uma condição ginecológica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, causando sintomas como dor intensae outros diversos sintomas, dos mais variados possíveis. Embora seja relativamente comum, muitas pessoas ainda desconhecem suas causas, sintomas, diagnóstico e opções de tratamento. Este post tem como objetivo esclarecer tudo o que você precisa saber sobre a endometriose.

Endometriose representa uma condição ginecológica comum, atingindo de 5%-15% das mulheres no período reprodutivo e até 3%-5% na fase pós-menopausa.

O Que é a Endometriose?

A endometriose ocorre quando o tecido semelhante ao revestimento do útero, conhecido como endométrio, cresce fora do útero. Esse tecido pode se fixar em vários órgãos, como ovários, trompas de falópio, bexiga, intestinos e, em casos raros, até em outras partes do corpo. Durante o ciclo menstrual, esse tecido endometrial fora de lugar também se comporta como o tecido dentro do útero, espessando-se, quebrando-se e sangrando. No entanto, ao contrário do sangue menstrual normal, esse sangue não tem como sair do corpo, levando à inflamação, dor e formação de tecido cicatricial.

Principais Causas da Endometriose

A causa exata da endometriose ainda não é completamente compreendida, mas algumas teorias prevalentes incluem:

1. Menstruação retrógrada: Quando o fluxo menstrual, além de sair pelo canal vaginal, volta pelas trompas e se implanta nas cavidades pélvica e abdominal, se acumulando dentro da barriga. Esse tecido se fixaria então a estruturas intra-abdominais, causando a endometriose.

2. Transformação de células peritoneais: Teoria de que hormônios ou fatores imunológicos transformam células peritoneais, que revestem a cavidade abdominal, em células semelhantes ao endométrio.

3. Embriônica: Células embrionárias podem transformar-se em implantes endometriais durante a puberdade.

4. Transporte de células endometriais: As células podem ser transportadas para outras partes do corpo pelo sistema linfático ou sanguíneo.

5. Genética: Histórico familiar de endometriose aumenta o risco.

6. Disfunção imunológica: Um sistema imunológico comprometido pode não ser capaz de reconhecer e destruir o tecido endometrial fora do lugar.

Sintomas Mais Comuns e Menos Comuns

Sintomas Mais Comuns:

Dor Pélvica: Muitas vezes associada ao ciclo menstrual, a dor pode ser crônica ou cíclica.

Dismenorreia: Dor menstrual intensa.

Dispareunia: Dor durante ou após a relação sexual.

Problemas Intestinais e Urinários: Dor durante a evacuação ou micção, especialmente durante a menstruação.

Infertilidade: Dificuldade em engravidar é um sintoma comum em mulheres com endometriose.

Sintomas Menos Comuns:

Fadiga crônica: Sensação constante de cansaço.

Náusea e Vômito: Podem ocorrer durante a menstruação.

Dor nas Costas ou nas Pernas: Especialmente se a endometriose afetar os nervos pélvicos.

Sangramento Anormal: Ciclos menstruais intensos ou irregulares.

Dor no Ombro: Rara, mas pode ocorrer se o tecido endometrial se espalhar para o diafragma.

Curiosidades Sobre a Endometriose

Estatísticas: Aproximadamente 5 – 15% das mulheres em idade reprodutiva são afetadas pela endometriose.

Diagnóstico Médio: Muitas mulheres esperam entre 7 a 10 anos para receber um diagnóstico correto. Por isso é importante buscar ajuda especializada.

Famosas: Celebridades como Lena Dunham, Susan Sarandon e Daisy Ridley têm falado publicamente sobre suas lutas com a endometriose.

Como Realizar o Diagnóstico da Endometriose

Diagnosticar a endometriose pode ser desafiador, pois os sintomas se sobrepõem a outras condições. Os métodos de diagnóstico incluem:

1. Histórico Médico e Exame Físico: Avaliação dos sintomas e exame pélvico. Etapa fundamental na investigação diagnóstica. Por essa razão a consulta médica é tão importante para um diagnóstico correto.

2. Ultrassom Pélvico: Pode ajudar a identificar cistos ovarianos associados à endometriose, entre outros sinais, mas é um método menos utilizado pós depende da capacidade técnica do médico que está realizando o exame, podendo incorrer em falsos negativos.

3. Ressonância Magnética (RM): Fornece uma imagem detalhada dos órgãos e tecidos pélvicos. É o exame de imagem mais utilizado na investigação diagnóstica.

4. Laparoscopia: Considerada o padrão-ouro para diagnóstico. Um procedimento cirúrgico minimamente invasivo onde um cirurgião visualiza diretamente o interior do abdômen e pode colher biópsias. Por essa razão dizemos que a real dimensão do acometimento pela endometriose ocorre no início da cirurgia para ressecção dos focos de endometriose. A visão direta realizada pelo cirurgião é o que confirma o diagnóstico.

Possibilidades de Tratamento da Endometriose

Embora não exista cura para a endometriose, vários tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas:

1. Medicamentos para Alívio da Dor: Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como ibuprofeno.

2. Terapia Hormonal: Pílulas anticoncepcionais, agonistas do GnRH e DIU hormonal para reduzir ou eliminar a menstruação.

3. Cirurgia: Laparoscopia para remover o tecido endometrial fora do útero. Em casos severos, pode ser recomendada a histerectomia.

4. Mudanças no Estilo de Vida: Dieta equilibrada, exercícios físicos e redução do estresse podem ajudar a aliviar os sintomas.

5. Terapias Complementares: Acupuntura, fisioterapia e outras terapias alternativas podem ser úteis.

Conclusão

A endometriose é uma condição complexa e multifatorial que exige uma abordagem personalizada para o tratamento. Se você suspeita que tem endometriose, é importante procurar um especialista em ginecologia para avaliação e tratamento adequados. Com as opções de tratamento corretas e apoio, é possível gerenciar os sintomas e levar uma vida plena e ativa.

Publicado por:

Anderson Graça

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